sexta-feira, 29 de abril de 2011

Difícil entender

Já disse, não quero nada no meu aniversário. Mas parece que ela não entendeu muito bem o recado. Agora está preocupada com o que me dar. Já pensou em gravatas. Odeio gravatas. Pensou também em um par de meias e um conjunto de cuecas. Todas essas coisas, tenho aos montes, entulhadas nas gavetas, espalhadas pelo quarto. Vou ficar bem sem elas.
 - Então diga o que queres, homem! Se não diz o que queres, morro de aflição.
Já disse o que quero, então pode ficar sossegada. Não vou ficar ofendido se não receber nada dessa vez, pelo contrário. Todo ano ganho alguma coisa de você e do pessoal, que também sempre anda preocupado em  agradar. Presentes são bobagens. Apenas um sorriso, uma abraço ou mesmo um tapinha nas costas me bastam. Me bastaria um "Parabéns!", sem festas ou griatarias.
 - Mas isso não é presente, homem. Diga de uma vez o que desejas, qualquer coisa. Não sou sovinas.
Tudo bem, querida. Já que você insiste tanto, vou lhe dizer o que quero: deixe-me quieto, estou cansado, preciso dormir.

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