segunda-feira, 11 de abril de 2011

Promessas não cumpridas

Há tempos ele vinha prometendo a si mesmo: farei isto amanhã. Porém nunca estava disposto a cumprir com suas promessas; ia protelando compromissos indiscriminadamente, despreocupado com a vida. Precisava reencontrar a mãe, que se achava adoentada e asiava por vê-lo antes que sua hora fosse dada, porém não achava que o estado da mãe fosse se agravar de um momento para o outro; a velha era forte, podia esperar. Mas não houve mais tempo: a mãe partira-se desta para melhor antes que reencontrasse o filho. E com o peso da morte da mãe na consciência, o filho martirizou-se e fez um última promessa: não faria mais promessas. Porém não estava com dispoição para cumprir com promessas naquele dia, de modo que protelou seu dever para o dia seguinte. E assim foi protelando, dia após dia, até que um dia a morte lhe viera pedir as contas. No Paraíso, encontrou a mãe, que estava feliz em revê-lo. Abraçaram-se intensamente. Ao menos uma das promessas havia sido cumprida, embora que tardiamente.

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