sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Palavras verdadeiras.

Eu estava escerevendo quando me perguntaram sobre o que escrevia.
- Não sei, respondi, ao que meu indagador ficou surpreso.
- Como assim não sabe?
- Simplesmente não sei. Vou lançando palavras à toa sobre o papel até que me sai uma coisa bonita. Às vezes até eu mesmo me surpreendo. Mas outras vezes fico furioso e desfaço em mil pedaços o manuscrito que não teve culpa de ser ruim. Se pensasse bem antes de escrever, talvez sempre me saísse coisa boa, mas não me imagino pensando, não é assim que funciona. Meu corpo é quem manda: se meu coração tem vontade de escrever, então escrevo. Você já devia saber que o nosso coração envia muito mais mensagens ao cérebro do que o inverso, e quando o inverso ocorre, mal notamos, porque são mensagens sutis: "sinta medo!", "continue pulsando!". Você não percebe quando isso acontece, não de imediato; leva algum tempo para notarmos o corração trabalhando e, a menos que pousemos a mão sobre o peito, jamais o sentiremos. Agora, quando ele diz a meu cérebro: "escreva!", a mensagem é prontamente atendida, pois meu braço torna-se uma ferramenta de palavras. A vantagem de estar escrevendo à mando do coração é que da minha pena sempre sairão palavras verdadeiras.

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