quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O jornaleiro

Eu ainda não havia tomado o café da manhã quando me bateram à porta; na verdade, sequer havia levantado da cama - o que não era para menos: quem, no nome de nosso Senhor Jesus Cristo, seria tão inescrupuloso a ponto de incomodar um pacato cidadão àquela hora do dia? Na verdade,eu não fazia ideia de que horas eram;  não sou do tipo que mantém um relógio de estimação ao lado da cabeceira - mas isso não muda o fato de que era cedo, demasiado cedo para se incomodar alguém. Continuei na cama e o sujeito lá fora não insistiu.
Menos mal; assim poupava-se ele  mesmo de perder seu tempo - o tempo que é tão precioso e que jamais pode ser recuperado. Gastá-lo negligentemente é a pior tolice que um ser  humano pode cometer.
Talvez o estranho tenha se dado conta disso.Num primeiro momento, quem sabe, talvez tenha ficado chateado, mas logo ao virar as costas sorriu para o barzinho do outro  lado da rua. O que quer que tenha vindo fazer à minha porta, esqueceu-o quando a deixou para trás, junto com o jornal do dia.

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