sábado, 5 de fevereiro de 2011

Complexo de estudante

Todo final de ano é um deus-nos-acuda para o estudante. E corre-se atrás do tempo perdido, numa tentativa louca de escapar à reprovação. Poucos são os que conseguem tamanha proeza, e esses devem ser laureados com medalhas e troféus, além de terem  um busto de bronze expostos com seus nomes em alguma praça pública importante. Para os que lastimavelmente acabam dando com os burros n'água, entretanto, resta o grande desafio de ocultar dos pais suas notas hemorrágicas, afinal não existem muios lugares onde se possa esconder um boletim escolar. Além do mais, as mães parecem ter um faro felino para esse tipo de maracutaia - ou sexto-sentido, chamem como quiser; o fato é que dá no mesmo. Muito menos espinhoso é recorrer ao pai; os homens se entendem melhor. Você pode dar uma desculpa qualquer, alegar que, entre farra e mulheres, não encontrou tempo para meter a cara nos livros, e o pai ficará orgulhoso: seu filho  é um homem! - um homem reprovado em matemática, é verdade, mas acima de tudo um homem. O fato então deixa de ser tão grave. "Da sua mãe cuido eu, meu filho. Da sua mãe cuido eu". Essas coisas de escola são sempre assim. A gente nunca sabe o que fazer com um monte de números pares, números primos, números tios e números cunhados. Mas livrar-se de certas situações pode ser tão simples quanto 1+1. 

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